
COVID-19: Cortes salariais já são solução discutida no futebol
O mundo do futebol viu-se abalado pela pandemia da COVID-19. Várias foram as competições e jogos cancelados, o que colocou os clubes numa situação crítica. A solução passa por um corte salarial.
As instâncias internacionais como a UEFA e a FIFA ainda não tomaram uma decisão sobre o futuro dos torneios ou sobre as reduções salariais, porém Aleksander Čeferin, presidente da UEFA desde 2016, afirmou que, no que toca aos salários, não existe “espaço para egoísmos”.
O cenário de cortes salariais parece agora alastrar pela Europa. Clubes como a Juventus, o Atlético de Madrid e o Barcelona já estão a colocar a redução em prática.
Juventus
A Juventus fez corte salarial equivalente a 4 meses de ordenado, devido à paralisação das competições. A “vecchia signora” acertou com o plantel uma redução de 90 milhões de euros.
O clube explicou, em comunicado, que alcançou um “entendimento com os jogadores e treinadores da equipa principal, relativo às suas compensações”.
Segundo o clube de Turim, o acordo permite “a redução das compensações num montante igual aos pagamentos mensais de março, abril, maio e junho de 2020”, com efeitos económicos e financeiros positivos.
Nas próximas semanas, “os acordos individuais serão finalizados, conforme exigido pela regulamentação vigente”.
Atlético de Madrid
O Atlético de Madrid anunciou que vai recorrer ao Expediente de Regulação Temporária de Emprego (ERTE) para reduzir o salário.
As medidas de austeridade foram tornadas públicas pelo diretor-executivo do clube, Miguel Ángel Gil, numa carta dirigida aos adeptos, onde fala numa “situação grave” que obriga a tomar medidas difíceis para o bem da “sobrevivência” do Atlético de Madrid.
“Nunca na história recente de nosso país enfrentámos uma crise desta magnitude ou com consequências dramáticas em termos de saúde”, acrescenta Gil Marín, garantindo que, enquanto diretor, nunca passou por “um momento tão delicado”.
Barcelona
Segundo o ‘El Pais’, o Barcelona vai também avançar para o regime ERTE (Expediente Temporal de Emprego). Ainda faltam acertar os detalhes, mas a ideia passa por todos os atletas profissionais do clube reduzirem os seus salários em cerca de 70%.
O clube divulgou um comunicado oficial, no qual indica que haverá uma redução proporcional dos vencimentos previstos em contratos. A diretoria teria debatido a possível redução com o elenco, mas, de acordo com ‘A Bola’, as medidas não foram bem recebidas pelos jogadores.
O clube deixa claro que as medidas afetam tanto os funcionários como “os diferentes campos esportivos” e serão aplicadas apenas enquanto dure o estado de emergência no país, que obriga a quarentena dos cidadãos.
Os cortes salariais por toda a Europa deixam a Federação Internacional das Associações de Futebolistas Profissionais (FIFPro) preocupada. “Estamos extremamente preocupados com o fato de um número significativo de clubes, em mais de meia dúzia de países, ter começado a demitir jogadores imediatamente ou a reduzir unilateralmente seus salários”.

Foto de destaque retirada de: Correio da Manhã