
Morreu Tony Allen, lenda do afrobeat
O músico nigeriano faleceu esta quinta-feira após sofrer um aneurisma da aorta abdominal.
Tony Allen, baterista da banda Africa ’70, faleceu esta quinta-feira, aos 79 anos, em Paris. A notícia foi avançada pelo site de notícias sobre África Sahara Reporters e entretanto confirmada pela Rolling Stone.
Allen, para além de baterista, foi também diretor musical do grupo de Fela Kuti, nos anos 60 e 70. Durante esse tempo, o par criou o afrobeat, um estilo que combina músicas da África Ocidental, com jazz e funk.
O músico era considerado um dos bateristas mais influentes de todo o mundo, especialmente pelo seu trabalho nos Africa ’70. Fela Kuti chegou mesmo a dizer que sem o baterista, o afrobeat nunca teria existido.
Nasceu em Lagos, na Nigéria, e era autodidata, tendo começado a tocar bateria aos 18 anos, influenciado pelo jazz de Max Roach e Art Blakey e o afro-jazz de Kofi Ghanaba.
Nos últimos anos, Tony Allen colaborou com diversos músicos do rock e da pop, como Charlotte Gainsbourg, Flea ou Damon Albarn. Fez inclusive parte do supergrupo The Good, The Bad & The Queen.
Numa entrevista ao Ípsilon em 2002 disse: “Tudo é afrobeat. ‘Fusion’. Toco diferentes padrões, mas não sei tocar nada que não seja afrobeat. No passado fiz coisas demasiado direcionadas, desta vez decidi chegar a toda a gente. É preciso modernizar o afrobeat, procurando sempre novas direções. Quero que no meu disco todos encontrem pelo menos um tema de que gostem, especialmente as novas gerações. São eles que compram os discos.”
Tony Allen atuou várias vezes em Portugal, passando pelo festival Músicas do Mundo em Sines, pela Casa da Música do Porto, e pelo Lisb-On Jardim Sonoro, festival no qual iria marcar novamente presença, em setembro deste ano. Tinha também uma atuação originalmente marcada para dia 26 de maio, no Teatro da Trindade.
Fotografia de destaque retirada de Getty Images