
Governo japonês vai declarar estado de emergência em várias regiões
Decisão foi sendo adiada devido a efeitos que pudesse vir ter na economia. Relatório da Goldman Sachs estima que “parar Tóquio possa provocar uma queda de 40% no consumo da capital”.
O governo japonês anunciou hoje que várias regiões do país vão entrar em estado de emergência nos próximos dias. A declaração será feita amanhã, dia 7 de abril, e Tóquio, Osaka e Hyogo são três das zonas onde serão impostas as novas medidas. Segundo o jornal Público, o estado de emergência manter-se-á por um mês. No entanto, a Visão cita um canal de notícias japonês, TBS, dizendo que a declaração se pode prolongar por seis meses. As maiores preocupações do governo são evitar uma sobrecarga do sistema médico e o impacto agravado que a crise pode ter na economia japonesa.
No final de fevereiro, muitas escolas fecharam e grandes eventos começaram a ser cancelados. O Japão era dos poucos países que resistia a medidas drásticas devido ao receio do golpe que estas pudessem vir a ter na economia. Até 24 de março, havia 1140 casos confirmados da COVID-19. De acordo com a Visão, os japoneses já consumiam 5,5 mil milhões de máscaras por ano, antes deste novo coronavírus ter surgido. Tendo em conta os hábitos da população e os números que o país registava, o primeiro-ministro, Shinzo Abe, adiou o estabelecimento do estado de emergência. Algumas escolas chegaram até a reabrir.
Contudo, entre 24 de março e o passado domingo, 5 de abril, o total de casos confirmados subiu para 3654. A concentração de infetados é maior na zona oeste, por isso, o estado de emergência não terá uma extensão nacional. De momento, não estão previstas penalizações em caso de desobediência. Escolas, creches, teatros e outros espaços públicos são também aconselhados a fechar e algumas empresas consideradas essenciais podem vir a ser chamadas pelas autoridades para distribuir bens ou informações.
O chefe de governo japonês anunciou ainda um plano para apoiar a economia com 915 mil milhões de euros, refere o JN, citando a agência de notícias AFP. O plano contempla ajuda monetária a famílias carenciadas e apoio a empresas. Uma previsão da Goldman Sachs estima que, se Tóquio parar durante um mês, haverá uma queda de 40% no consumo da capital japonesa, o que terá consequências muito graves para a economia do país, explica também o Público.
Fotografia de destaque retirada do JN