Artem

“E p’la Estudantina não vai nada, nada, nada?”

35º aniversário da EUC promete novidades como edição especial do “Festuna” e  lançamento de novo disco. Amizade é um dos valores que passa de geração em geração.

O ano era 1979, quando surge a ideia da criação da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra. Com o objetivo de preservar e divulgar o fado e a cultura da cidade, os grupos atuavam em diversos palcos. Durante a década seguinte, numa ida a Espanha, os estudantes inspiraram-se no estilo das tunas vizinhas e, em 1985, a Estudantina Universitária de Coimbra (EUC) faz a sua primeira atuação. Foram 15 os jovens que subiram a palco na Póvoa de Lanhoso, no dia 16 de março desse ano.

Fundadores da Estudantina Universitária de Coimbra. Fotografia retirada da página de Facebook de José Seco, um dos fundadores


Celebrando esta semana o seu 35º aniversário, a Estudantina coleciona desde cedo momentos de sucesso, o que se confirma pelos vários prémios recebidos ao longo dos anos. O reconhecimento é fruto de “muitas horas de ensaio, que depois se refletem com imensa qualidade”, confessa Mauro Silva, atual ensaiador da tuna. Conhecido no seio do grupo pela alcunha “Tronco”, realça que, seja em que atuação for, “não esconde a vaidade de trabalhar com eles”.

Pedro Andrade, estudantino “Galo”, integra o grupo desde 2017. Para o estudante, fazer parte da EUC “é um enorme orgulho, honra e responsabilidade”. “Onde quer que vamos tocar, estamos a representar a academia de Coimbra”, completa. Mauro faz parte da tuna há cerca de sete anos e partilha o mesmo sentimento. Explica que conheceu pessoas que considera seus irmãos e que não imagina um mundo sem esta “malta”.

As amizades entre estudantinos não são de agora, perduram de geração em geração. Até os fundadores se reúnem com alguma periodicidade e mantêm vivo o espírito fraterno, contou Francisco “Xico Polícia” Costa, um dos 15 criadores, ao jornal A Cabra. Para Pedro Andrade, as gerações mais antigas são exemplos de que “há amizades que vão durar para toda a vida”.

Estudantina no Parque da Canção. Fotografia retirada da página de Facebook da EUC


Tendo viajado um pouco por todo o mundo, a EUC representa “a mais antiga universidade do país, Coimbra e uma associação que se distingue pela pluralidade da sua dinâmica”, refere Mauro Silva. Dos palcos que pisou, o estudantino “Tronco” confessa ter ficado “especado” ao ver o Parque da Canção cheio para assistir à atuação da tuna. Ainda assim, partilhou connosco que nunca esquecerá a viagem que fez com a Estudantina ao Canadá. “Encontrámos centenas de emigrantes e muitos puderam sentir as saudades de Coimbra e do nosso país”, relatou.

Já Pedro salienta o gosto que lhe dá atuar em Coimbra. Na página de Facebook do grupo, são destacados alguns momentos mais marcantes: a deslocação a Sevilha, pela Expo92; a participação na Expo98; e a presença na final da Taça de Portugal ganha pela Académica, em 2012; entre outros.

Um ano após a sua formação, “a Estudantina já tinha no repertório “Assim mesmo é que é (Rapariga)” e “Afonso”, temas que perduram até aos dias de hoje”, partilhou outro fundador, Jorge “Fusquetas” Nunes, com o jornal A Cabra. Dez anos depois do lançamento do último álbum – “25 anos de Sonho e Tradição” – a tuna encontra-se, atualmente, a gravar um novo trabalho discográfico.

Estudantina no “Festuna”. Fotografia retirada da página de Facebook da EUC


Do grupo podemos esperar vários projetos para o ano 2020, garante o ensaiador Mauro Silva. Entre eles, o “Festuna” – Festival Internacional de Tunas de Coimbra – evento organizado pela Estudantina, que realiza este ano a sua 30ª edição. Pedro “Galo” Andrade afirma que, “por ser um número redondo, acresce ainda mais responsabilidade”. O objetivo, como descreve, é fazer do evento “uma verdadeira festa da cultura da nossa academia e da nossa ligação a Coimbra”.

Fotografia de destaque retirada da página de Facebook da EUC